*Por Míriam de Melo Melquíades
Que atividade física faz “bem para saúde” já é um senso comum. Mas, existem bases científicas que comprovam esse benefício em diversos aspectos de nossa saúde. Em relação ao câncer, metanálises de estudos observacionais mostram que níveis mais altos de atividade física estão ligados a riscos menores de vários tipos de câncer.
O câncer de cólon (intestino) é um dos cânceres mais estudados em relação à atividade física. Existem evidências que os indivíduos mais ativos fisicamente têm um risco 24% menor de câncer de cólon do que aqueles menos ativos fisicamente.
O câncer de mama, tipo mais comum de câncer entre as mulheres, também tem seu risco diminuído em mulheres fisicamente ativas. Estudos mostram que a redução média do risco de câncer de mama associada à atividade física é de 12%. A atividade física é associada a um risco reduzido de câncer de mama em mulheres na pré-menopausa e na pós-menopausa. No entanto, a associação é mais forte para o câncer de mama na pós-menopausa. Mulheres que aumentam sua atividade física após a menopausa também podem ter um risco menor de câncer de mama do que mulheres que não o fazem.
Em relação ao câncer de endométrio (camada interna do útero), a redução média do risco de câncer de endométrio associada à atividade física é de 20%.
Para vários outros tipos de câncer, há evidências mais limitadas de uma relação com a atividade física. Em um estudo com mais de 1 milhão de indivíduos, a atividade física foi associada a riscos reduzidos de adenocarcinoma de esôfago, câncer de fígado, câncer de rim, leucemia mielóide, mieloma e câncer de cabeça e pescoço, reto e bexiga.
Isso porque o exercício físico gera efeitos biológicos sobre o corpo, que justificam essa relação entre atividade física e risco reduzido de câncer, tais como:
- Diminuindo os níveis de hormônios, como insulina e estrogênio, e de certos fatores de crescimento que são associados ao desenvolvimento e progressão do câncer;
- Prevenindo a obesidade e diminuindo seus efeitos nocivos, particularmente o desenvolvimento de resistência à insulina;
- Reduzindo a inflamação;
- Melhorando a função do sistema imunológico;
- Reduzindo o tempo necessário para que os alimentos passem através do sistema digestivo, o que diminui a exposição do trato gastrointestinal a possíveis agentes cancerígenos.
O câncer é uma doença multifatorial e fatores genéticos e ambientais contribuem para sua ocorrência. Hábitos de vida são fatores de risco já bem determinados. Então, faça sua parte: Previna-se!