Treinar em jejum ou não é uma das dúvidas de muitas pessoas que querem acelerar a queima de gordura. A resposta para essa questão não é unânime: enquanto alguns profissionais recomendam o treino em jejum pela manhã para potencializar a perda de peso, outros especialistas discordam completamente, defendendo que essa prática pode limitar o treinamento.
Nem mesmo os pesquisadores conseguiram chegar a alguma conclusão, já que existem pesquisas sérias mostrando que é efetivo treinar em jejum e outras apontando diversos malefícios dessa atividade. Sendo assim, trouxemos aqui os argumentos de quem é a favor e de quem é contra o treino em jejum.
Pontos positivos de se treinar em jejum
Pela manhã, após ter passado as últimas oito a dez horas sem comer, os níveis de insulina ficam muito baixos, facilitando com que o seu corpo libere e transporte a gordura para ser oxidada.
Também há a presença do açúcar no sangue, o que força seu corpo a requisitar as reservas de gordura porque não há glicose suficiente para te dar energia para treinar.
Além disso, seu nível de hormônio de crescimento está maior, pois ele é produzido durante o sono. E o hormônio do crescimento é altamente catabólico para as células de gordura!
Um estudo publicado na J Physiol Pharmacol, em março de 2005, fez um teste com seis homens saudáveis que pedalaram 60 minutos em uma intensidade leve a moderada. Foram divididos em dois grupos. O grupo 1 realizou o treino em jejum e o grupo 2 ingeriu 0,8 gramas de glicose/frutose uma hora antes do treino. Após 20-30 minutos de exercício, a taxa de queima de gordura foi maior no grupo em jejum do que no grupo de glicose ou frutose.
Treinar jejum pode ser bem vindo em treinos aeróbicos, mas não são indicados para treinos anaeróbicos.
Pontos negativos de se treinar em jejum
Os profissionais que são contra a prática de se treinar em jejum admitem que a ideia parece boa. O raciocínio é simples: não vou comer nada, o corpo vai ter que arrancar gordura da minha barriga para queimar energia. Assim, vou emagrecer mais rápido.
No entanto, para esses especialistas, essa lógica não funciona na prática. O professor de Educação Física especializado em treinamento de alto rendimento Márcio Atalla explica, em seu canal no Youtube, que para transformar gordura em energia, o nosso organismo precisa de carboidrato. No treino em jejum, não há carboidrato, levando o corpo a usar a massa muscular para produzir esse carboidrato e assim usar a gordura como fonte de energia. Segundo ele, no final das contas, a pessoa queima gordura sim, mas perde muita massa muscular.
Afinal, devo ou não treinar em jejum?
Na hora de decidir treinar em jejum ou não, precisamos primeiro “escutar” o nosso corpo. Devemos observar junto com um profissional como o nosso organismo está respondendo aos diversos estímulos.
A maioria dos especialistas tem chegado ao consenso de que realizar treinos anaeróbicos em jejum é furada, pois se perde muita massa. Mas o jejum pode ser bem vindo nos treinos aeróbicos.
Treinar em jejum pode ser uma boa opção para aqueles que estão enfrentando o efeito platô, ou seja, quando o organismo se adaptou a dieta e a pessoa está estacionada no processo de emagrecimento.
Quem já possui um percentual de gordura considerado normal, mas quer secar mais, também é um bom perfil para testar o treino aeróbico em jejum.
Qualquer que seja a decisão, é importante observar como o organismo está reagindo e conversar com um especialista que irá encontrar a melhor forma de você obter os melhores resultados.